Artigo de autoria de Rafael Farrim, Talent Manager da KCS iT, publicado originalmente na Human Resources Portugal.
Sempre quis e defendi o benefício do teletrabalho como um factor impulsionador para um equilíbrio saudável entre vida pessoal e profissional. Quando, em meados de Março, a minha empresa decidiu colocar os colaboradores trabalhar via remota para sua segurança, senti-me entusiasmado por, pela primeira vez, poder pôr em prática o que tenho lido e sugerido.
Aquando deste acontecimento, ainda não tinha sido decretado qualquer Estado de Emergência, nem eu tinha a noção de que as duas semanas previstas de teletrabalho se tornariam em mais de dois meses. Quando eu e a restante estrutura ganhámos consciência desse facto, começámos também a aperceber-nos dos desafios que esta conjuntura nos iriam trazer.
Faço questão de manter um plano de acompanhamento para os meus colegas, que inicia ainda durante o processo de Recrutamento e Selecção e é continuo, por várias fases da sua vida profissional. Esta orientação visa trabalhar vários factores na gestão das suas carreiras, desde a sua integração, motivação com o contexto de trabalho, satisfação com os processos internos e necessidades formativas, entre outros.
No entanto, o teletrabalho com esta duração trouxe um factor que é o antônimo de todo o nosso processo de acompanhamento: um aumento do distanciamento social e profissional.
Uma boa parte do meu dia, como Talent Manager, está reservado para a comunicação interna com os colaboradores, neste período as responsabilidades e a frequência dos contactos (especialmente os contactos promovidos por mim e restante equipa de Recursos Humanos) subiram exponencialmente, pois sabia que haveriam mais dúvidas, esclarecimentos a dar e necessidades de comunicar com o outro, devido ao contexto de incertezas que nos rodeava.
Nesse sentido, eu e os meus colegas apostámos numa atitude preventiva, para que todos os colaboradores sentissem que tinha um ponto de ligação com a empresa, que estivesse pronto a ajudá-los com as “dores” da mudança, tendo apostado em vários canais de comunicação. Tirámos dúvidas por email ou WhatsApp, fizemos reuniões por telefone, Zoom ou Teams e adaptámos os nossos meios de comunicação internos para que nos conseguíssemos ligar a todos de uma forma mais ágil, conforme as suas necessidades. Queríamos que todos soubessem que tinham alguém pronto a ajudar, a resolver, a intermediar ou até mesmo alguém com quem pudessem apenas falar.
O resultado foi a promoção de um sentimento de comunidade interna, pois nada gera este sentimento como o facto de estarmos em situações similares e termos alguém com quem partilhar as nossas dúvidas, alegrias, frustrações e vitórias. Na KCS IT, por exemplo, é possível verificar este sentimento através da elevada participação que houve nas iniciativas promovidas pelo nosso marketing e equipa de gestão como os nossos vídeos “KCS IT at home” (que consistem na partilha do dia-dia em casa dos colaboradores dos nossos vários escritórios), os nossos desafios como o “mostra a tua caneca” ou a já clássica foto de equipa durante uma videochamada.
O distanciamento social acabou por ser um catalisador para este aumento efectivo de esforço de comunicação, e o objectivo será mantê-lo para o futuro do smart work e continuar a criar iniciativas que façam crescer o sentimento de pertença da “Família K”.