Artigo de opinião assinado por Manuel Moreira, Business Unit Director da KCS iT, publicado no Dinheiro Vivo.
A Inteligência Artificial (IA) surge na década de 1940 com a criação do primeiro computador. Desde então, têm sido estudadas e desenvolvidas formas de estabelecer comportamentos inteligentes nas máquinas. A IA refere-se essencialmente a tecnologias de computação que são inspiradas pela forma como o ser humano usa o seu cérebro e sistema nervoso para raciocinar e tomar decisões. Fazem parte do seu ecossistema conceitos como Machine Learning, Deep Learning, Natural Language Processing e Computer Vision.
Nos últimos anos a IA tem tido um enorme crescimento e desenvolvimento devido a dois fatores: a evolução do Hardware, que permite ter a capacidade de processamento de grande volume de dados; o mundo digital em que nos encontramos, que gera um enorme conjunto de dados que só com a ajuda de IA as empresas conseguem organizar e descodificar.
Falamos de um mercado de muitos milhões em que todas as gigantes tecnológicas (Google, Amazon, Microsoft, Facebook, IBM) estão a investir, com o objetivo de gerar novos níveis de produtividade, otimizar os processos internos, e por sua vez, garantir uma melhor experiência aos seus clientes. De acordo com a International Data Corporation (IDC) os investimentos em IA serão acelerados nos próximos anos, e estima-se que em 2024 supere os 110 mil milhões de dólares.
É notável a aplicabilidade da IA e a heterogeneidade de setores em que está presente:
- Spotify - através do algoritmo de recomendações (Spotify Recommendation Engine) gera conteúdos do interesse dos seus clientes com base nas suas informações e insights.
- MotoGP - as suas equipas recorrem cada vez mais à IA, Machine Learning, realidade aumentada e virtual para a criação de estratégias em pista, gestão de consumo das motas. Permite-lhes melhorar o desempenho nas provas.
- Mobilidade - a condução autónoma está a progredir cada vez mais, através de Computer Vision e reconhecimento de vídeo, que permite perceber o mundo a sua volta, empresas como a Tesla e a Waymo estão bastante avançadas neste capítulo.
- Setor Financeiro - um dos focos é detetar fraudes, mas não só. A IA está a ser utilizada pelos bancos para analisar dados dos clientes, fazer previsões em relação a mercados e ativos e à gestão de risco. Os robo-advisors já existem há vários anos, mas têm vindo a assumir cada vez mais funções operacionais, podendo já decidir, concretizar e rever carteiras de forma totalmente autónoma, através de algoritmos de Deep Learning.
- DHL - empresa de logística que entrega cerca 1.5 mil milhões de encomendas por ano, usa um sistema de Computer Vision para determinar se as paletes de transporte podem ser empilhadas e otimizar o espaço nos aviões de carga.
Analisando os benefícios que a IA tem trazido para o nosso quotidiano, é certo que a sua presença nos acompanhará cada vez mais no futuro. A rapidez e a capacidade de armazenamento de IA, é responsável pela redução de erros e risco na execução de tarefas perigosas para o ser humano, pela automação de processos repetitivos e pela adaptabilidade às preferências do utilizador.
No contexto empresarial a IA é uma mais valia que pode trazer benefícios para negócios de qualquer escala a nível de: redução de custos e prazos; segurança de IT; apoio à tomada de decisões e melhoria da experiência dos utilizadores.
Será cada vez mais importante a utilização responsável da IA dentro das organizações de forma a estas serem mais competitivas e capazes de corresponder às necessidades digitais dos clientes. Para além destas vantagens, existem estudos que indicam a possibilidade da junção de IA com tecnologia quântica, que nos poderá trazer mais vantagens promissoras.